Examino a prisão vítrea que abafa o vinho,
[O rótulo nada diz das uvas:
"Tinto e seco"
Desenraízo a rolha.
O cheiro de vinho escapa.
Bebê-lo é raptá-lo do corpo de vidro,
[é mexer no molde das coisas.
(Os deuses olham de cima)
Penso em Marta tirando o vestido.
Alça e zíper.
O vestido se desmancha na cadeira, raptado do corpo.
O cheiro de Marta escapa.
(Os deuses olham de cima)
Despejo o vinho:
pouco me dizem os deuses e os rótulos
[se me precipito nos copos.
Fonte: Poema extraido do: "O Livro de Marta (bilhetes de amor quebrado)" de autoria do professor Rodrigo Marques.
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