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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Resquícios de Tito



Do livro: Poemas de Entressafra.

Fluxo Poético: O que será do amor?



O que será do amor?

Passamos a vida toda aprendendo que amor e necessidade de estar com o outro representam a mesma coisa. A expressão mais fiel dessa crença é o fenômeno chamado paixão. Os românticos inveterados orgulhosamente dizem estar amando, quando na verdade, estão sofrendo por antecipação, fantasiando acerca de sua enamorada ou simplesmente vislumbrando belas pernas que trafegam à sua frente e moças com sorrisos angelicais que podem ser encontradas facilmente em qualquer shopping center ou balada da cidade.


Você me fala sobre o amor platônico, o que para o senso comum é, também uma paixão, coisa de momento. O grande engano é que o amor que atribuem a Platão diz respeito, verdadeiramente, a uma das mais belas formas de amor: o amor contemplativo. É o que você sente quando assiste a um nascer do sol depois de uma madrugada de conversa com um amigo, leitura ou bebedeira (não faz diferença). Você simplesmente aprecia aquele acontecimento da natureza. Não quer pegar o sol, as nuvens, os montes e guarda-los em uma caixinha. Você deixa que eles sigam seu rumo e quando oportuno, um novo encontro poderá acontecer.


Não que o amor seja algo totalmente distinto ou desconexo do sofrimento. Quem ama sofre, claro. A fórmula vendida pela mídia de amor eterno e duradouro é uma farsa. O amor faz doer, sangrar e criar expectativas por vezes ridículas. Ele também nos torna mais livres e tolerantes. Na última semana, vi um amigo compartilhar em sua página do Facebook que o critério único para que alguém faça parte de sua vida seria o motivo de você ser necessário, insubstituível para aquela pessoa. O pior é que, em maioria, pensamos assim. Buscamos sempre uma relação de causa-efeito para sustentar nossas relações. Tornamos menos importante e interessante o que oferecemos e ressaltamos sempre aquilo que pode ser a nós ofertado, o que o outro pode ou deve – como uma imposição nossa - fazer por nós. Aí está a armadinha!


Somos ensinados a atender as falsas necessidades que criamos dentro de um pressuposto compensatório. Imaginamos sempre sermos dignos de algo para além da realidade, para além do mundano e de toda a incerteza das relações. Procuramos algo quase que divino e inabalável. Algo menor que a perfeição pode parecer imoral e indigno do que chamamos de amor.


Na crônica “O amor bom é facinho”, Ivan Martins nos esclarece: “Acho que somos ensinados a subestimar quem gosta de nós. Se a garota na mesa ao lado sorri em nossa direção, começamos a reparar nos seus defeitos. Se a pessoa fosse realmente bacana não me daria bola assim de graça. Se ela não resiste aos meus escassos encantos é uma mulher fácil – e mulheres fáceis não valem nada, certo? O nome disso, damas e cavalheiros, é baixa auto-estima: não entro em clube que me queira como sócio. É engraçado, mas dói.”


Não damos brecha ao acaso. O acaso é inimigo. A própria distração habitual que a vida nos exige, ao não buscar em excesso, é inimigo. Estamos sempre por esperar algo grandioso, avassalador. Um divisor de águas em nossas vidas.


Talvez nosso maior aprendizado e desafio sejam de conseguirmos amar e deixar que nos amem de volta.

Diário de um Tolo

Diário de um Tolo


Como um andarilho da vida, andei fazendo algumas percepções: Atentei que um amor é sempre mais um após o ultimo; Que a família tem como premissa a união, mas não é tão acolhedora; Percebi que tentamos encontrar o acabado, o pronto, o perfeito, mas findamos em nos perder nesta busca; Que quanto mais se ama a vida mais ela nos empurra pra distante; Que o sexo é a fonte do prazer “máximo”, mas não é duradouro; Que o tempo não pára pra ninguém, nós é que paramos no tempo; que a morte é desconhecida, porém, é sabida por todos; Que palavras bonitas conquistam, mas uma só mal dita faz diferença a ponto de deixar um olhar triste; Que quanto mais nos enaltecemos mais para tras ficamos; Que sozinhos não podemos salvar o mundo, porque destruí-lo é o nosso forte; Que a cada “EU TE AMO” um afago é perdido; Que chorar não é a melhor solução, mas revigora a alma; Que as decepções não são decepções e sim uma gramática da vida; Que as amizades, ah os amigos!(emocionado) as amizades são lindas como um jardim, mas não a ponto de fazer brilhar os dois olhos; Que essa nossa massa que chamamos de corpo e que o nosso “eu”, mais conhecido por alma, anda vagando solitário. Percebi, então, que todos nós temos um momento de chatice, como esse, na qual inovei em escrever.


By: Janário Moura Paz. 

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Quero beber dos teus olhos

Quero beber dos teus olhos
As lembranças de nós

Quero transpirar teu cheiro
Me jogar nos cabelos
Caminhar nos teus calos

Quero beijar tuas pernas
E admirar teus finos lábios.

Antes do fantástico

Ela é uma dessas criaturas maravilhosas que vivem em cavernas encantadas
Cercada de algo misterioso
É uma sombra que persegue os bons
Que serpenteia por entre os homens

Um desses seres maravilhosos
Com proteção que não é fácil de compreender
Que range os dentes de prazer

Eles tentam
Em corriada sem fim
Acompanhar todos os seus traços

Ela dorme e baila
Por entre seus braços.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Eu passo tempo pensando em você

I spend time thinking about you
One of the least charming men I have ever met
One of those who plays with people's heats and feelings
One of those who doesn't deserve a lady

I spend time remembering you
Your way to touch, talk and look at me

I spend time trying to figure out how to forget you
How to take you out of my mind
You, one of the least charming men I have ever met.