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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Metamorfoseou-se então o anjo

Metamorfoseou-se então o anjo
E disse: pagai-vos pelos males
Males a si
Males ao próximo
Males que vós não sabeis que são profanos e vertiginosos... Males

Chore pelo que não sabe
Pelo que não deve

Deixe que seus olhos molhem
Que seu lábio estremeça
Seu coração acelere

Desde que continue batendo

Ande
Se distraia
Esqueça o que ele disse
Ele é apenas um anjo transmutado

Acabou de metamorfosear-se, ainda está confuso...

Segue comigo a eterna lágrima

Justo eu que era uma dama de ferro me perdi pela carne
Meus olhos molhados só dizem aquilo que não ouso
Cada lagrima escorre como um grito
Um desabafo

Até tu Brutos?!
Perdeu o sentido
A calma 
A razão

Estagnou-se em meio ao suspiro
Queria agradar 
Deixei de AGRADAR-ME

Não venha
Não chegue
Não fale
Não viva
Não sobreviva

A solitária lágrima que me faz companhia
A única que me compreende
Que permanecerá comigo...

sábado, 25 de junho de 2011

Disse calma alma minha

Não importa ter olhos de criança
ou um espirito amargurado
venha com seu passo leve
e conforte-me com seu abraço gélido

Deixe-me lavar-lhe os pés com minhas lágrimas
Sentirás que minha alma geme de pavor

E que meu espírito amargurado nada signifique
Pois aquele olhar distante nada disse

Deixou que me caísse o olhar
Ou os olhos...

Encoste-se em meus lábios e absorva o ar
Ouça meu coração acelerado e tire-me a vida
Que os meus pés flutuem
E então sugue com seu toque minha alma
Agora respiro calma

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Espelho - Sylvia Plath




ESPELHO


Sou prata e exato. Eu não prejulgo.
O que vejo engulo de imediato
Tal qual é, sem me embaçar de amor ou desgosto.
Não sou cruel, tão somente veraz —
O olho de um deusinho, de quatro cantos.
O tempo todo reflito sobre a parede em frente.
É rosa, com manchas. Fitei-a tanto
Que a sinto parte de meu coração. Mas vacila.
Faces e escuridão insistem em nos separar.


Agora sou um lago. Uma mulher se inclina para mim,
Buscando em domínios meus o que realmente é.
Mas logo se volta para aqueles farsantes, o lustre e a lua.
Vejo suas costas e as reflito fielmente.
Ela me paga em choro e agitação de mãos.
Sou importante para ela. Ela vai e vem.
A cada manhã sua face reveza com a escuridão.
Em mim afogou uma menina, e em mim uma velha
Salta sobre ela dia após dia como um peixe horrendo.



(tradução de Vinicius Dantas)

TOM MAIOR

TOM MAIOR















Minhas montanhas acordaram verdes.
Elas nasceram hoje numa esperança ton sur ton.
Acordar e acreditar que tudo vai dar certo – esta é a minha montanha.
Caminhar em trilhas estreitas,
subir e descer,
para chegar ao cume – esta é minha esperança.
Desejos alcançados;
desejos a serem alcançados;
desejos antigos;
desejos nascidos;
simplesmente desejos.
Nesta metáfora, não sou o montanhês
– sou o passarinho.

fonte:http://cores-e-nomes.blogspot.com/

segunda-feira, 20 de junho de 2011

AS HORAS

FIM DE SEMANA SÃO DOIS DIAS
EM QUE EU NÃO VEJO A HORA PASSAR
TAMBÉM NÃO vou ME PREOCUPAR COM ISSO
DESDE A NOITE DE SEXTA ATÉ A MANHA DE SEGUNDA
NADA PRECISA FAZER SENTIDO ALGUM

CADA DIA FICA DE UM MODO DIFERENTE
CHORO
SORRIO
MEUS OLHOS MOLHAM E NADA DIGO

AS VEZES ACHO QUE CHEGA DE DRAMA
E OUTRS QUE SE NÃO FOSSE O DRAMA
MINHA VIDA NADA SERIA

AS HORAS...
OU AS HORAS
SE SOUBESSEM COMO EU TE IGNORO
VIVO A MERCE DO NADA
E QUE O NADA SEJA TUDO O QUE IMPORTA
NÃO ME PREOCUPO COM MONTES DE HORAS
UM MONTE DE HORAS JUNTAS FAZ O AMANHA
 O AMANHA É ALGO QUE NÃO ME PREOCUPA NO PROXIMO MES

SE EU MORRESSSE HJ E NÃO AMANHA
NEN SEI SE DE SAUDADES CHARARIAS MINHA SIMPLES IRMÃ


AS HORAS...
OU AS ZORAS...
SE SOUBESSEM QUE NADA IMPORTAM NÃO SE PROCUPARIAM EM SEREM TÃO BELAS...
TÃO PERFEITAS, RELATIVAS, INQUIETAS...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Sempre você, mas por que você?!

E esse sentimento que me move diretamente até você
Tudo o que não faz sentido se torna ainda mais complicado
Eu gostaria que você não fosse o que tanto admiro
Para que eu pudesse te esquecer

Há duas horas me peguei pensando em você
Não sei por quê
Se me distraio
O meu pensamento só  faz-me correr

E corro tentando fugir
Mas vou até você
Sempre você
Sai da minha mente
Por um dia que seja
Só para que eu possa ser eu mesma novamente
Só para que eu possa gostar do que eu gostava antes
Mas, me deixa tuas experiências
Preciso de ti...

Mas quando vai embora de meus sentimentos
Minha alma chora
Clama por tua volta
De onde você saiu só ficaram ferimentos

Meus olhos cansados me mostram você sempre distante
E recordo que não se importa comigo
Entristeço-me
Queria te ver nesse instante

Mas se não me queres por que me iludes?
Pode ser que nem sequer me iluda
Meus sentimentos por você fazem isso por si só

Basta que me trate bem
Para que meus sentimentos me levem além
Procuro por ti também
E procuro
Só não sei por quem...

Tenho o que preciso, mas não o que desejo!

Tenho o que preciso
Mas você é o que desejo

Vivo vegetando
Sonhando com teu beijo

Eu gostaria simplesmente
Que você saísse da minha frente

Que me mostrasse o que é a dor
Para que eu possa compreender o amor

Se o amor existisse
E eu nos teus braços caísse
E você simplesmente sorrisse
Lembrando daquilo que disse

Entre anjos e demônios
Vivo na dúvida
Na saudade
Na vontade

Entre um sorriso de anjo
E um olhar demoníaco

Não queria te classificar assim
Mas de qualquer forma
O que eu queria era te mencionar
Para em ti pensar
E quem sabe te encontrar


Quero morrer
Para enfim te esquecer

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Inovação

E que venha com esse tom intimidador
Que me mostre as coisas do mundo
Que me ensine mesmo de forma inconsciente

Que eu me sinta protegida mesmo que não olhes por mim
Que eu seja tudo o que você é 
Sem ter de passar pelas mesmas experiências

Cuide de mim simplesmente
Ensine-me de forma inconsciente
E eu mergulho em você, provando que sou inconsequente...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A menina que podia tudo!

Era uma vez uma menina que acreditava que podia fazer de tudo
Acreditava que podia ser astronauta
podia ser do corpo de bombeiros
ser aeromoça

ser médica
dentista
fisioterapeuta

podia ser professora
ser estudante
ser meliante

poidia ser o que desejasse

foi envelhecendo e se decidindo
foi aprendendo, se perdendo e caindo

até que um dia estava velha e não tinha sido nada

ou tinha, tinha sido ela
tinha existido, sorrido, dançado, pulado e então morrido...

Brincando de ser

Brincando de ser



Certo de que conseguiria encontrar se eu
Lá vai ele, rumo a existência
Naquela vida engraçada
Um jogo de pura inocência


Sem disfarçar o medo
Olhou-se no velho espelho
Chorou triste e insatisfeito
Descobriu que não era perfeito


Começou a caminhar cambaleando
Numa infelicidade desconcertada
Num caminho que não lhe dizia nada
Mas ouvia os seus sussurros soando
Tentou ser diferente
De tudo que ele viu
Achou que virar gente
Era um grande desafio
Tentou ser igual
Pra viver sem ser estrago
Acabou por sentir-se mal
Sentiu seu eu sendo apagado


Tentou ser Hippie
Depois roqueiro
Foi ser elite
E marinheiro


Enfim, cansou de tentar ser
Deixou sua própria vida viver
Preferiu viver sem amarras ou regras
Agora, a vida é quem o observa
Brincando de ser


Bruniele Souza
02/06/2011
[Mente Hiperativa]

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Em um fim de semana

Em um fim de semana
Um inglês arranhado
Uma filosofia de quinta
E uma mesa de bar vazia

Limpo o veneno de meus lábios
Tento apagar esse sorriso sem motivo
Corro em direção nenhuma
Desde que perdi minha identidade

Me perdendo no mar
Nadando no ar
E diante de mim um labirinto que visa o abismo

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O meu mal

    
   O meu mal é incessante,


      inconstante e por um


         instante te esqueço...



Voar é preciso!

Voar é preciso!


"Porque não cabia em si, pelo tanto que suspirava. Abria as asas e saía a voar por aí, em busca do ar que lhe faltava"


Paulo Mujica
fonte::http://deliriosesuspiros.blogspot.com/

quarta-feira, 8 de junho de 2011

SOU INCAPAZ DE ESCREVER

Não consigo compor,
não tenho paciência
de esperar as minhas
palavras saírem da minha mente
e irem até o papel
antes que eu mesma não as atropele.

Quando a relação acaba

Quando a relação acaba


Quando a relação acaba

O tempo acabou

E agora o silêncio reinava

Soberano

Não havia perguntas

Não havia respostas

Nem comentários despretensiosos

Só o silêncio

Já não cabia mais cumprimentos

Nem diálogos

Somente os olhares se cruzavam

Completamente mudos e inexpressivos

Logo cada um disfarçava

Olhando pra o lado oposto

Ou fingia desconhecimento

E o silêncio reinava

Soberano

Tudo que havia pra ser dito já fora dito

Tudo fora explicado, contestado, reivindicado

Tudo que estava preso na garganta tinha sido colocado pra fora

Verborragia!

Agora só restava o silêncio

Pela falta de assunto

Pela falta de bem-querer

A porta do elevador se abriu

E ambos correram para lados opostos

Cada um seguiu seu caminho

Sozinho

A claustrofobia enfim acabara

FONTE:: http://mente-hiperativa2.blogspot.com/

PALAVRAS



Palavras

Cuida de mim

Estou tão cansada
Tenho medo de desistir
Medo de perder o leme do navio da vida
E ficar à deriva.
Sem rumo, sem prumo.
Uma hora meu coração palpita, outra não.
Sinto a minha pulsação
Estou viva
Permaneço acordada.
Não permito que a doença me atormente,
Percebo que não posso viver
Sem palavras
Elas têm eco
Pra que todos ouçam
O quanto tem valor
A vida de uma pessoa.
Este é o meu grito de amor
A vida.

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Poema extraído do livro Vidas escondidas, por Tereza Cristina
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Lançamento do " O LIVRO DE MARTA" por Rodrigo Marques


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Uma lente destorcida

Nas noites frias busco algo que me aqueça
Nas de calor algo que me refresque

Então percebo que nada nunca será suficientemente bom


Olho o mundo por uma lente distorcida


Te vejo de uma forma que não quero sequer que imagine
Te peço que fique nas noites inseguras
Te esqueço nas noites tranquilas


E que você me esqueça quando tudo estiver completo
Que me abandone quando eu precisar ficar  mais forte


Me fortaleça, e enfim me conquiste...

Problema resolvido

Não busco mais solução pra nada!
Cansei de tentar entender o mundo e só me frustrar...
Isto não quer dizer que eu tenha me entregado a alienação


Espero que entenda que a vida de todos é estritamente diferente e semelhante
Que ricos e pobres tem algo em comum e nada no mundo é capaz de mudar isso
São ambos seres humanos, e nada muda esse fato


Se um pescador que mora a beira da praia sem se preocupar com grandes causas sociais é mais feliz que o cientista que tenta descobrir e curar doenças inestimáveis, eu não sei!


Se a ignorância vem acima da felicidade, o conhecimento acima da beleza, a pureza acima da sensatez... e mais... não sei... 
Não mais questionarei
Nem sei se questionei um dia



ELA TINHA MEDO

foEla tinha medo

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Ela tinha medo
Tinha medo de sair de casa, de ser assalta por um bandido, atropelada por um ônibus, ou atingida por uma bala perdida.

Em casa tinha medo de ficar só, mais medo ainda de ficar só com outra pessoa estranha, precisava ser alguém de sua confiança.

Nunca gostou de animais, tinha medo do veneno das cobras, das mordidas dos cães, dos chifres das vacas e das unhas dos gatos.

Bichos sempre lhe causavam medo, baratas, aranhas, escorpiões, ratos, abelhas e até lagartixas, ela não queria vê-los por perto.

Quando chovia tinha medo das árvores caírem, de faltar energia elétrica, de raios atingirem sua casa, de alagamentos ocorrerem na cidade.

Na adolescência não curtia balada, tinha medo de ser violentada, de que colocássem drogas na sua bebida, de não ser tirada pra dançar.

Não quis engravidar, tinha medo da dor do parto, de sofrer um aborto, de desmaiar na sala de cirurgia, de ter um filho especial.

Sempre evitou a altura com medo de cair, também lugares fechados com medo de lhe faltar ar, e tinha medo de passar mal em meio à multidão.

Numa madrugada qualquer ela levantou-se pra beber água, acendeu a luz com medo de tropeçar em algum móvel, e foi até a cozinha. Pegou o copo d'água, bebia vagarosamente quando se engasgou,

e ficou vermelha,

e ficou roxa,

e ficou azul....


E morreu.



De medo.


[Mente Hiperativa]

Quando digo a verdade

Cada palavra me causa uma dor distinta e maior, é como se antes de dizê-la eu tivesse que arrancá-la a punho do meu coração, e os meus olhos molhados não refletem nem um terço do que sinto.
Os sons do que digo queimam os meus tímpanos, de modo q não escuto nem os meus próprios pensamentos.

Para que você possa entender o que expresso, explicá-lo-ei de modo mais simples: imagine-se, caro leitor, como se cada milímetro de seus lábios fossem cortado com a mais fina das laminas, mas tu só percebeste depois de tomar o primeiro gole de álcool, então compreenda que já é tarde pra reclamar da dor, e insensato tentar descobrir qual a causa da ferida no teu próprio corpo, em teu próprio lábio, em tua própria alma.
É como uma dor que só se sente ao tomar conhecimento da ferida existente...

TUDO NÃO VALE NADA

FÁBULAS FABULOSAS: TUDO NÃO VALE NADA
Altas horas. O ladrão entrou na casa do velho miserável. Irritado com o tremendo erro - não encontrou absolutamente nada pra roubar - saiu batendo a porta violentamente. Mas a porta continuou aberta e, do seu catre, o miserável dono da casa gritou: "Vê se fecha essa porta, ô desgraçado!" Ao que o ladrão respondeu: "Não admira que a sua casa seja tão miserável se você é tão vagabundo e preguiçoso que não levanta nem pra fechar a porta depois da casa assaltada." E aí o miserável dono da casa respondeu: "Que é que adianta eu me levantar pra fechar a porta, ou fazer alguma coisa, ou até mesmo trabalhar pra ganhar dinheiro, se no fim ia acabar assaltado por vagabundos como você?"
MORAL: O FIM É CONSEQUÊNCIA DO COMEÇO. 

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Não sofro por você

Prefiro sofrer de solidão
             do que por consequências


                               dos atos alheios ...


por: Thaís Pereira

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Olhos castanhos

Nathy
                O coração acelerou, sua respiração se tornou ofegante, ela pode sentir suas mãos e  lábios adormecerem, seus olhos umedeceram-se, puseram-se bem abertos até que ao desacelerar de tudo um ultimo brilho de vida abandonou seus olhos castanhos. As pálpebras não estavam fechadas, assim como a sua boca semi aberta dava uma leve sensação de que algum oxigênio ainda circulava por ali.

[...]

Nathy e Pierre
                Castanhos! Tão castanhos e belos como um dia pude imaginar, agora sem vida, mas ainda castanhos.
                Pierre continuava caminhando pela rua que dava na direção de sua casa, seu coração estava apertado pelo turbilhão de sentimentos que se manifestavam ao mesmo tempo. Buscava se concentrar em algo que lhe tirasse da cabeça o pensamento de que os germes consumavam aqueles olhos castanhos.
                Com as mãos enfiadas no bolso Pierre continuava caminhando, sua boina protegia-lhe dos poucos raios solares do fim de tarde. Por um momento ele encontrou-se indagando se devia olhar para frente, para baixo ou para cima já que não importava em que em que direção ele olhasse, ainda não estava conseguindo enxergar nada, olhar e não ver, naquele momento ele estava consciente de que existia, mas restava-lhe a dúvida se ele ainda estava vivo. [...]


por: Thaís Pereira